Valle de la Luna - La Rioja

Localizado na Argentina, é um parque enorme e está a 330 kilômetros da capital de San Juan região do Cuyo argentino próximo à Mendoza. Possui um considerável patrimônio geológico e paleontológico e foi declarado Patrimônio Natural da Humanidade pela UNESCO, em 2000. Ischigualasto, é esse nome estranho mesmo que pertence ao período Triásico há anos e anos atrás onde os primeiros mamíferos e dinossauros se propagaram. Aqui nessas terras foram encontrados um dos dinossauros mais antigos do mundo. A visita turística no valle de la luna ja está esta direcionada aos guias locais, se voce de forma independente quiser visitar o local com seu carro e sem guia está livre mas não terá informação alguma, a não ser informações básicas contidas em algum guia impressa como o Lonely Planet caso tenha. Dessa forma voce vai ficar meio perdidão no local. Quanto a paisagem da região da pra dizer que lembra um pouco o Grand Canion do Colorado nos Estados Unidos. Pra falar a verdade tivemos apenas de passagem por aqui e seguimos direto a cidade La Rioja onde pernoitamos porque ja nesta altura da viagem, também levando em consideração as maravilhas já vistas, achamos melhor seguir em frente...

As estradas da região de La Rioja estão em boas condições, mas como tantas outras também são desertas. Quanto a postos de gasolina prevalece o mesmo conselho, sempre que encontrar um voce tem que encher o tanque, pois pra ficar sem combustível é moleza.

La Rioja

La Rioja é capital da província de Rioja, fundada em 1591 por um espanhol em homenagem à sua terra natal na Espanha. Até hoje conserva características coloniais, mesmo após ter sido fortemente abalada por um terremoto no final do século XIX. Por ter sido uma das primeiras cidades fundadas na região e devido ao isolamento geográfico, foi possível a preservação da arquitetura e de tradições antigas. O clima de La Rioja possui característica continental . Os invernos são amenos ( para os padrões argentinos ) e secos, com temperatura média ao redor dos 10°C. Os verões são chuvosos e quentes, com temperatura média na casa dos 28°C, podendo ultrapassar os 40 °C como nesse dia que chegamos por exemplo, sendo assim um dos lugares mais quentes da Argentina, aqui é um inferno de calor. Particularmente a cidade não me agradou, também não tem muito o que se fazer por aqui.

San Juan

Por essas redondezas atropelei um cachorro preto que atravessou a rodovia, buzinei, freiei e tentei desviar, fiz o que pude para evitar o pior, mas infelizmente não teve jeito, o pobrezinho veio cego em direção ao carro. Chegando perto de San Juan resolvemos parar numa floricultura a beira da rodovia para conhecer a vegetação local disponível a venda. No local conhecemos um argentino (socio-proprietário) muito atencioso que morou em Salvador na Bahia durante vários anos e falava perfeitamente com o sotaque baiano, falou ainda que seu coração era baiano. Ali na floricultura ele criava um casal de lhamas ja domesticadas onde tivemos a oportunidade de ver e tirar foto e até passar a mão, era bem mansa. A parada rendeu a compra de um litro de azeite de oliva colonial, dois pés de uva, um pé de pimenta, algumas flores do deserto e uma tuia, espécie de pinheirinho da patagônia. Demos um jeito de esconder tudo dentro do carro, embaixo dos bancos, bagagens etc. Mesmo porque o transporte daquilo era proibido mesmo entre algumas províncias da argentina quem dera para o Brasil. Felizmente conseguimos trazer tudo sem passar por revista alguma até Foz do Iguaçu e olha que estávamos a mais de 2150 km pra dentro da Argentina.

Puna atacamenha

A Puna de Atacama é uma região onde predomina salinas, localizada no extremo sul do altiplano andino (cordilhera dos andes), ao norte do atual território do Chile. É uma grande plataforma situada entre 2500 e 4500 metros de altitude por onde floresceu por mais de dois milênios a cultura atacamenha. Devido à grande aridez do local e características do altiplano, o terreno é bastante salinizado, daí por vezes ser denominado também de salinas do Atacama. Sob aspecto ambiental essa região de altiplano caracteriza-se por reunir as condições climáticas mais severas dos Andes no que se refere à aridez. Tanto é que no nosso caso o deserto bebeu 4,5 litros de água do radiador, isso sem ter vazamento algum. O solo é extremamente salitrado e chove pouco na região, sendo considerada uma das regiões mais estérieis do planeta. O pessoal fala que houve uma tentativa por parte do Chile em explorar a região extraindo seu salitre, porem foi vetado pelo próprio Congresso. Em sua parte ocidental a puna é muito seca, com precipitação anual inferior a 100 mm, sendo por isso chamada puna desértica. Na verdade é o Deserto do Atacama. Dizem que este processo de desertificação iniciou-se durante a etapa final da última glaciação, por anos e anos atrás, quando houve uma mudança no clima, tornando o ambiente mais quente e árido. Nos locais onde os lagos secaram, surgiram as salinas do Atacama. Quando por algum motivo acaba chovendo em algum ponto dessas salinas, estas viram uma lagoa raza de água quente, lembrando que o vento durante o dia é gelado com temperatura por volta dos 8 Cº durante uma tarde de janeiro por exemplo. Há também bonitos oásis na região, com pequenos bosques de algarobas e chanhares. Quanto à questão da altitude, não tivemos problema algum, há quem passe mal, isso varia de pessoa para pessoa, a recomendação é de ingerir bastante água.

Bodega Vistalba - Mendoza

Resolvemos visitar uma bodega aqui em Mendoza até porque nosso plano era ter conhecido uma bodega chilena, mas como a passagem pelo Chile foi muito rápida infelizmente não deu. Encontramos esta na região da grande Mendoza , região agradável e bonita, aqui se chama Lujan de Cuyo. Logo na entrada da bodega tinha uma barreira com um guarda que nos informou do horário da visita do que contemplava e valor por pessoa. Custou P$ 80,00 com direito a algumas degustações além de podermos conhecer o sistema de produção e um pouco da história da bodega. Para nossa surpresa o guia – funcionário da bodega era um jovem brasileiro, natural de Goiânia, morador de Mendoza já a 9 anos onde veio a procura de trabalho e se casou com uma mendocina e ali está até hoje. Disse que toda vez que visita seus parentes no Brasil dá aquela balançada. Sente muita vontade de voltar a morar no Brasil. Apesar de ser brasileiro como regra da bodega a explicação só podia ser em espanhol ou inglês onde seriam grupos separados e como todos além de nós eram argentinos foi em espanhol. Junto à bodega também havia um ótimo restaurante. A visita durou umas 2 horas onde retornamos à cidade de Mendoza.

No caminho passando por num bairro rico aqui de Mendoza conhecido como Country paramos em um Shopping requintado, para um país latino americano de 3º mundo, também não esquecendo do sofrimento econômico que o país atravessa. No shopping não tinha nenhuma lojona popular, haviam apenas lojas das mais famosas grifes além de concessionárias de veículos como Porsche e instituições bancárias como Citibank por exemplo, feito para um público extremamente elitizado. Sinceramente ficamos meio surpresos com tudo aquilo. Compramos uma casquinha de P$ 4,00 no Mc Donald´s e seguimos em direção ao centro porque ali não era nosso lugar...

Mendoza

Como foi boa a sensação de estar de volta à Argentina. Almoçamos em Uspallata, cidadezinha próxima a Mendoza e muito agradável, isso não só pelo atraso no tramite alfandegário mas também por um certo mal estar devido a altitude, porque de Santiago à Mendoza as alterações de temperatura e pressão atmosférica são grandes e num curto período de tempo. Engraçado que deste mal no Passo San Franscisco não sofremos. Mendoza fica numa região de clima seco, no verão muito quente durante o dia e durante a noite dá uma refrescada. Já no inverno neva por estar próxima a cordilheira. O governo da cidade investiu e preparou um sistema de irrigação pelas principais ruas com as águas oriundas das cordilheiras, sistema conhecido aqui como Acequias (veja detalhe na foto baixo) especificamente para irrigação de plantas, utilização para limpeza de calçadas etc. Diferente de Santiago do Chile é uma cidade muito bem planejada com transito educado, ruas e avenidas largas e bem arborizadas, possui muitos cafés e restaurantes que sempre estão cheios de mendocinos em sua maioria idosos. Nos agradou muito a cidade. A população aqui é bem diferente da região de Salta por exemplo, são em sua maioria mais descendentes de europeus. O sistema de acessos a cidade e retornos lembram muito Brasília-DF, aqui não possui muitos prédios altos devido a um grande terremoto de anos atrás ter feito grande estrago na cidade.

Os argentinos não engolem a derrota das Malvinas até hoje, estas placas estão espalhadas por todo território argentino, é o governo nacional e sua apologia à ilusão.