terça-feira, 2 de outubro de 2012

Fique atento!

Se seu destino for à região da Cordilhera do Andes fique atento para mais algumas dicas. Em consideração ao Paso San Francisco sortimos algumas fotos tiradas no último dia do ano de 2011. Então vamos lá: convém não comer muito antes de atravessar os andes a fim de evitar problemas com a altitude justamente pela maioria das pessoas sentirem náuseas. Em nosso caso não houve nenhum problema apenas aquela pequena falta de ar quando você respira fundo. Outro conselho é a você se acostumar com a altitude e o clima, nem sempre dá mas o certo é passar um ou dois dias em cidades altas antes de fazer a travessia. Alimente-se bem o tempo todo, o dia inteiro, lembrando que qualidade não significa quantidade e cuidado com o que vai comer e experimentar! Você nunca sabe onde um mal estar pode te pegar,
além dos banheiros sujos, viroses, etc. Leve um álcool em gel para eliminar possíveis bactérias e vírus, seja onde for. Não se esqueça de levar energéticos. Às vezes a alimentação pode ser pobre justamente pela correria e você não tem forças nem tempo para se alimentar direito. No final do dia, cansado, um energético pode ajudar naqueles quilômetros que faltam, mas tente não apelar para isso. Tenha sempre uma garrafa de água de preferência de cinco litros. Beba água o tempo todo. No nosso caso a água salvou o coração do carro. O radiador no meio do deserto. Folhas de Coca: dizem que mascar folhas de coca (hacer el acuyico) ou tomar o chá (que tem efeito muito passageiro) é a melhor estratégia para suportar as altitudes acima de 3.000 metros e que chamar “folha de coca” de droga é uma ofensa ao povo andino. Ela não produz qualquer efeito alucinógeno, não tem gosto ruim e sua ação é rápida.
Por ser uma novidade nós não experimentamos, com receio de que pudesse fazer mal trouxemos pra casa. Mesmo viajando para o deserto, fique esperto. Em alguns quilômetros a altitude muda tudo, a noite faz muito frio. A temperatura no ponto mais alto da Cordilheira pode chegar a 0 C (mais o vento) mesmo no auge do verão. Leve adaptador de tomada universal. Cartões de memória adicionais para sua câmera fotográfica, pilhas adicionais e pen-drives. Cabos da câmera para transferir as fotos para o seu netbook ou usá-las em lan houses.º Procure abastecer quando o tanque chegar à metade. Conte com o imprevisto. Um galão de 10 litros não faz mal a ninguém. Crie a rotina de abastecer todos os dias pela manhã antes de pegar a estrada. Para o Chile via deserto do Atacama, tome cuidado nos trechos entre Presidencia Roque Saenz Peñna e Pampa de los Guanacos (155 quilômetros sem nenhum posto). Não se engane: gasolina em espanhol é nafta. Se você ler a sigla gas, significa gasoil (óleo diesel). Esse erro pode ser fatal para o motor. Obs.: Na Argentina tem a “normal” (gasolina comum - quase não encontra mais), a “super” (intermediária sem chumbo)
e a “fangio” (igual à Podium da BR). Chile: o chileno tem uma postura corretíssima. Respeitam as regras de trânsito (PARE significa PARE mesmo!), dão nota fiscal para tudo e, o melhor, os estrangeiros têm desconto nos hotéis porque são isentos de impostos (que giram em torno de 19%). São secos e diretos. Nunca tente subornar um policial chileno. Você vai reto pra cadeia. Os argentinos são muito, mas muito simpáticos e curiosos. Nas províncias prevalece a descendência indígena nos traços da população. Já nas estradas do noroeste argentino, os policiais são um pouco corruptos e para não causar problemas, as vezes exigem propinas. Se sentir que você está inseguro e não sabe falar bem castelhano,
vai ter problemas. Por sorte não tivemos. Celular: não se esqueça de avisar a sua operadora o período e região que você vai viajar, para que não haja qualquer bloqueio. Vale a pena levar um netbook para descarregar as fotos no final do dia. O mesmo vale para o acesso a internet e alimentação de blogs. Caso seja um tablet, verifique se precisa de portas USB ou se há maneira de conectar o cartão de memória da câmera e/ou filmadora. Obs.: Tanto na Argentina, como no Uruguai ou no Chile é muito fácil encontrar lan houses (eles chamam de locutórios). Ligar para o Brasil da Argentina: - 0800 999 5500 (Telefonica) - 0800 555 5500 (Telecom) -0800 9995501 (pré-pago) Ligar para o Brasil do Chile: - 800 360220 (Entel) -800 800272 (Telefonica). Viajar é fazer amigos. Mas pense bem nas companhias. É melhor que você viaje com pessoas que já conhece, pois quando se viaja com novos colegas ou desconhecidos, as diferenças aparecem e na hora dos problemas é que você sabe quem é quem. Fica o conselho de ir com mais um carro. Nós fomos sozinhos, mas dessa forma ficamos expostos a um risco um pouco maior.
Veja se é necessário atualizar alguma vacina, como febre amarela se for pra Bolívia e Perú. Faça um seguro viagem para o exterior adicional ao seu plano de saúde no Brasil. É barato e funciona. No deserto, a umidade relativa do ar pode ser de 10%. Portanto lembre-se de um hidratante e/ou protetor labial para enfrentar esta secura. Faça uma lista de remédios e primeiros socorros e submeta ao seu médico: antiinflamatórios, curativos e outros que você costuma usar. O veículo é interessante estar em seu nome. Caso contrário uma autorização reconhecida em cartório também vale. Mas evite isso. Esta procuração precisa ser legalizada no ERESP (que leva 20 dias úteis para devolver por correio) e posteriormente é necessário o carimbo do consulado. Para América do Sul, faça o “Seguro Carta Verde” é muito simples e barato, você pode fazer na maioria das corretoras de seguros.
Sem ele você não entra nesses países. Cartões de Crédito: avise as operadoras de seus cartões o período que estará viajando para que não haja bloqueio de segurança. Leve dinheiro, não conte somente com os cartões. Em vários postos eles não aceitam. Fotocópia de todos os seus documentos, incluindo seguros e cartões de crédito. Uma dica é digitalizar todos eles e salvar em seu pen-drive, bem como no seu email por exemplo. Para Argentina e Chile, os “pesos” podem ser comprados no Brasil (é bom levar o suficiente para o primeiro dia, principalmente se cruzar a fronteira num domingo ou feriado). Como em qualquer viagem que você faz, estime o que gastará durante o percurso. Fizemos a carteira de motorista internacional chama-se PID (Permissão Internacional para Dirigir),
mas a nossa CNH é aceita em todo o Mercosul e Chile. Fique anento pois a emissão do seu RG precisa ter no máximo dez anos, ou seja, com foto recente, mas o passaporte agiliza e é sempre garantido. E você ainda guarda de lembrança os carimbos dos países. É importante levar dinheiro em espécie. Pesos argentinos e pesos chilenos, especialmente para a entrada nestes países. Procure viajar sempre com uma reserva em dólares (hospitais, emergências, etc.): uns US$ 1.500 que, esperamos, você não deverá gastar. Faça reservas em hotéis de cidades grandes. Assim você não corre o risco de chegar numa cidade e não ter onde dormir. Nas cidades pequenas é mais fácil encontrar lugar, mas não há garantias. Se os hotéis forem definidos previamente,
isto pode dar tranquilidade para a família. Não esqueça de deixar todo o seu roteiro, site dos hotéis e todas as outras informações possíveis para casos de emergência. Um bom guia de viagem (The Lonely Planet). Leve o seu GPS. E também os mapas impressos. Não esqueça do óleo de motor, filtros, lâmpadas, fusíveis e o que mais a sua concessionária ou oficina lhe recomendar antes da viagem. Calibre o pneu a cada 3 dias ou quando julgar necessário. Teste tudo antes da viagem. Faça uma viagem curta e veja quais os possíveis problemas e suas soluções. Fronteiras e aduanas: não programe rodar muitos quilômetros nestes dias, já que isto pode levar horas devido à burocracia, filas, dias de feriado, etc. Para longas distâncias, os protetores auriculares trazem conforto. Na região do Chaco argentino – reta “infinita” de 800km, não corra. A quantidade de bichos pequenos é grande, bem como de pássaros. Fora os insetos em função das fazendas de confinamento de gado ao lado da estrada. Viaje de dia.
Sempre. À noite tudo é mais perigoso. Em todos os sentidos. Prepare-se para tomar chuva. Leve capa e polaina/galocha. Se estiver uma tormenta, procure um posto, tome uma água e relaxe. Não há porque ter pressa você está passeando. Fique atento às leis locais. Conheça a legislação, você acha na internet. Mais que isso, conheça os sinais dos carros. Na Argentina pisca para a esquerda significa “ultrapasse” ao contrário do Brasil. E carros que te dão farol no sentido contrário, não estão avisando que há polícia adiante. Estão apenas te saudando. Vale a regra normal para viagens: quanto mais você pesquisar antes (lugares, passeios, interesses, curiosidades), mais vai aproveitar
e menos micos pagará. Se for a um passeio com guia, conheça o veículo dele. Não vá em carro velho. Para que se arriscar? Não há melhor dica do que aplicar o bom senso em todas as situações. De mais, ajude os outros na estrada, pois um dia você pode ser aquele que pede ajuda! Boa viagem!!!

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