sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Paso San Francisco

A passagen fronteriça chamada de San Francisco compreendida entre a divisa noroeste da Argentina com o Chile é dona das mais belas paisagens da faixa dos Andes. Mais conhecida como região do Deserto de Atacama. Paisagens singulares que merecem ser vistas e apreciadas pessoalmente, pois o que você vê nas fotos e acha bonito eu te garanto que não chega a 10% do que se sente de estar pessoalmente neste local. A sensação do nada, do silêncio soprado pelo vento forte, fresco e seco típico dos Andes acompanhado da altitude de 4748 m.s.n.m. é ímpar. Para completar você fica exposto as mais belas paisagens consequente de derrames vulcânicos e coberta com a vegetação amarela de Atacama, aquele capim de bode que cobre a região seca do deserto e que sobrevive apenas da umidade do orvalho e ou da neve derretida. O lugar é muito e digo que aprimora consideravelmente seu raciocínio.
A rodovia que corta essa travessia é a rota nacional RN 60 (solo argentino), bem pavimentada e marcante, você passa pelo vale do Chaschuil, na verdade no local não tem nada simplesmente é localizado num vale profundo, delimitado por montanhas que ultrapassam facilmente os 5000 m.s.n.m.. A mesma rodovia, mas em solo chileno muda o nome para ruta CH-31 e atenção é rípio bem dizer em todo solo chileno, se você não deseja pegar cascalho, não aconselho a vir pra cá. É uma estrada de razoável trafego, tem locais que não da pra passar dos 30km /hora. O Chile começou a asfaltar seu lado agora, você vai passar por pequenos trechos semi pavimentados e por máquinas em pleno deserto.
Essa parte do passo é rodeada por impressionantes vulcões “desativados” e vários picos nevados inclusive o pico nevado mais marcante na travessia, aliás, nevado de verão a inverno o vulcão Ojos del Salado (6.879 m.s.n.m.), o mais popular da região, quando você vem sentido argentina-chile o acesso para chegar até ele fica a sua esquerda mas da rodovia já da pra se ter noção de sua dimensão e autoridade. No lado Argentino existem abrigos em intervalos, que vale a pena você visitar, tenho certeza que você também vai cruzar por várias manadas de vicunhas, animais típicos dessa região, que grosseiramente da pra dizer que parece uma mistura de camelo com carneiro.
Quanto ao clima daqui conversando com um funcionário da aduana argentina esse me contou que no inverno a temperatura ali chega a – 25 ºC, frio pra congelar os dentes, não foi nosso caso, pois passamos em janeiro, mas mesmo que de longe foi possível ver neve já caída. Apesar de pegar alguns trechos de rípio e até atravessar rios em meio à rodovia (próximo a cidadezinha de Belen) da pra dizer que valeu e muito a pena ter conhecido esse fantástico lugar. Confira muito mais fotos do paso ao lado direito do blog no mês de janeiro.

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