Copiapó - Chile

A paisagem aqui do Chile já difere bem daquela que passamos algumas horas atrás lá na Argentina. A riqueza mineral é incalculável, abaixo registramos mais uma mineradora essa já fica bem próximo da capital Copiapó. A rodovia ainda é em mão simples mas muito boa e bem sinalizada. Tenha bem em mente de que a distância que voce percorre sem posto de gasolina pelo Paso San Francisco é de aproximadamente 480 Km, mas qualquer veículo tem essa autonomia com exceção de motocicletas. Logo a frente fica o primeiro posto de combustível por sinal de bandeira BR. Para estrangeiros, eles não aceitam peso argentino, cartões de crédito tampouco a moeda real. Ao perguntar a um frentista se aceitaria cartão, este chacoalhou a cabeça de forma negativa e nem me olhou. Ao lado chega neste mesmo instante um caminhão de uma empresa dos arredores com alguns trabalhadores para abastecer onde pagou com Cartão. Então tenha consciência de que a média do tratamento que voce irá receber será essa. Mas não deixe isso atingir seu desejo de conhecer o país. Aproveite também para desfrutar das melhores frutas da America Latina!

Um fato curioso ocorrido no veículo depois desta travessia foi o considerável consumo de água do radiador, isso logicamente pela altitude de 4950 m.s.n.m. atingida, variação de pressão atmosférica e a conseqüência no interior do sistema do radiador mas outro fator relevante é a secura do clima, é muito seco. Então mesmo que o veículo seja novo verfique sempre o nível da água, pois quando percebi o carro já estava prestes a ferver.

Ruínas de Puquios: nesse caminho quando voce vem da Argentina à sua direita ficam localizadas as Ruínas de Puquios. Segundo a história é vestígio de uma cidade mineira do século passado onde aproximadamente 5.000 mineiros contando com membros de suas famílias residiram no local. As casas eram construídas de lama. Mas com o declínio da mineração no final do século, os problemas financeiros e dificuldades o local virou ruína. Outro fato curioso é que essa rodovia chegando mais perto de Copiapó, depois da Aduana Chilena é parcialmente pavimentada com sal, isso mesmo sal extraído da própria região.

Copiapó é uma cidade de médio porte com cerca de 180.000 habitantes localizada em pleno Deserto do Atacama, tem um trânsito tranquilo por não ser muito populosa, fica localizada num pequeno vale fértil mas costantemente os moradores da cidade enfrentam dificuldades com respeito à agua.

O povo daqui tem forte característica indígena. Como não poderia ser diferente, são andinos misturados com os colonos espanhóis, mas o sangue índio predomina pela força, são índios, fechados, de palavras secas e saúde forte.

Aqui no Chile só tem um contratempo para os brasileiros. Devido a valorização do peso chileno e a desvalorização do real tudo é mais caro, o litro da gasolina por exemplo custava nesse dia P$800 (oitocentos pesos chilenos) que equivalia a R$ 3,25 o litro.

Sentido litoral, a nossa esquerda fica o acesso ao impactante aeroporto que atende toda região de Copiapó (Aeropuerto Desierto de Atacama).

Aqui ja estamos chegando perto da cidade de Caldera onde passamos o a virada do ano. A cidade é pequena, não é turística apesar de ser litoral. Tem uma praia bonita chamada de Bahia Inglesa, infelizmente não tívemos tempo de conhecer. Percebe-se que não se tem tanto o hábito de vir a praia como no caso do Brasil. A areia é escura, o clima é fresco e a água é gelada. Possui um porto onde são escoadas as riquezas minerais do país principalmente as centrada em Copiapó. Outra curiosidade é que Caldera foi o primeiro porto com ligação ferroviária do país justamente com a necessidade do escoamento mineral e não restam dúvidas de que esse investimento foi bancado pelos norte americanos. Caso tenha interesse em ver fotos ou mais informações confira no tópico Caldera a direita do Blog, mês de janeiro.

É a ótima rodovia Panamericana do Chile, com seu padrão internacional de comunicação visual e duplicada nas principais regiões, corta o país de norte a sul. Mas não se engane, para utilizar toda essa infra estrutura rodo ferroviária voce paga e paga caro. O pedágio de Caldera custou R$ 16,00.

La Serena / Coquimbo - Chile

Não conseguimos encontrar nenhum restaurante que estivesse aberto nesse dia, desde Caldera até La Serena, a infraestrutura de serviços no sentido de restaurantes na Panamericana não é dos melhores, então aproveite para comprar frutas e lanches em supermercados das maiores cidades porque provavelmente você tenha que lanchar dentro do veículo. Durante a rodovia você passa por várias quitandas de venda de frutas. Paramos para comprar algumas frutas e salgados, mas o que se tinha nesta quitanda era na sua maioria frutas. Pêssegos, uvas, peras, aliás, todas são muito boas, saborosas e firmes são diferente do Brasil, aqui as frutas não tem acidez.

Esse é o primeiro posto com loja de conveniência chegando a cidade, paramaos para abastecer e ir comprar alguma coisa na lojinha. Atenção aqui no Chile para usar sanitários é só pagando, mesmo durante outras paradas pela rodovia apesar de voce ja ter pago pedágio paga por estes serviços, particularmente não acho muito certo.

A cidade de La Serena é bem turística, fica norte do Chile, forma o aglomerado urbano com Coquimbo outra cidade importante para o país. La Serena é a segunda cidade mais antiga do país depois de Santiago.

Com a cidade de Coquimbo formam uma população de aproximadamente 600.000 hab. Rodando pela cidade fica claro seu atual crescimento imobiliário, você vê vários edifícios altos sendo construídos. A sensação que se tem é de que a cidade ficou durante anos estagnada.

No verão recebe muitos turistas a maioria chilenos, onde as pessoas vão visitar as praias, mas bem diferente do Brasil, aqui as águas do Pacífico são geladas e o clima também, por estar ao lado da Cordilhera. À noite em pleno verão você tem que sair de blusa a temperatura cai facilmente a 13ºC.

Você consegue perceber certa semelhança com a arquitetura norte americana principalmente nos edifícios de habitação e públicos, de estilo século 19, onde a história de La Serena fala que a sua grande maioria foi construída com madeira onde o governo dos Estados Unidos mais especificamente do estado de Oregon que também fica na costa noroeste do país trouxe ao Chile a fim de aperfeiçoar a infraestrutura local, sempre na base da mercenaria.

O objetivo já na época era levar embora o cobre e outras riquezas minerais para os EUA. E segundo informações da população local isso continua a larga escala no país não só por parte dos EUA, mas de outros tubarões do globo.

Falam que por volta de 1920 houve um novo boom econômico na mineração de ferro dessa vez, atraindo capital e contingente humano, resultando em uma nova mudança na estrutura urbana.

Atualmente, a cidade tem seu próprio estilo arquitetônico, preservando prédios antigos em estilo colonial, com muitos e importantes monumentos nacionais, misturando-o com edifícios modernos.

Essa é a rápida que liga La Serena à Coquimbo,transito sempre engarrafado nos horários de pico.

Se tiver tempo e estiver disposto de ir a um shopping Center, aqui tem filiais de cadeias de lojas importantes do país, tem o Shopping Plaza La Serena, também Shopping Puerta Del Mar, ambos bons.

Esse é um bar com estilo arquitetônico, também da orla de La Serena lembrando um navio de pirata, estava lotado de gente. Por aqui voce não pode deixar de conferir os deliciosos frutos do mar do pacífico.

Essa é a Avenida beira mar em La Serena bastante movimentada e bonita abriga os melhores restaurantes da cidade com a linda vista do oceano. Outra curiosidade é de que a cada 50 metros existe uma placa com alerta de tsunami e indicando o sentido da evacuação em caso real.

Repare o nome dos arquitetos responsáveis pelo edifício, aqui no Chile se tem a cultura de divulgar e de certa forma valorizar os profissionais da construção civil mais especificamente o arquiteto, e não é uma ou outra obra, praticamente quase todas como as obras de arte é evidenciado o profissional, bem diferente do Brasil.

Depois do péssimo café da manha servido pelo Hostel Los Alamos 2 paramos aqui no hipermercado Santa Izabel em La Serena, padrão internacional, logo pela manhã antes de seguir viagem a capital Santiago, ja sabendo que teríamos dificuldade em encontrar locais para refeições no decorrer da rodovia, ainda bem que nos prevenimos pois realmente não achamos nenhum local aberto nesse dia alias voce quase não vê restaurante.

Passo de los Libertadores - Santiago > Uspallata > Mendoza

O Passo de Los Libertadores é a principal via de acesso Chile-Argentina-Chile, 100% asfaltada é a mais movimentada, mais conhecida, também é uma região muito bonita, mas em questão de beleza não podemos comparar com o Passo San Francisco. Nesse caminho você passa pelo pico mais alto do mundo fora o Himalaia, é o Pico Aconcágua com quase 7,0 km de altura, nevado de verão a inverno.

Na saída do Chile pela aduana chilena não tivemos revista alguma, apenas um simples carimbo que foi apresentado na aduana argentina onde aí sim é feito um pente fino. Aqui ficamos triste por perder um lindo melão que um senhor chileno havia nos dado antes de ingressar na aduana chilena, acho que pelo fato de ele ter dado com mau gosto. rsrsr Presente chileno é primo de grego, o tal do melão saiu da Argentina, deu um rolê no Chile, trocou de dono e retornou ao lixo da aduana argentina, o pior de tudo foi que ele perfumou o carro todo, eu acho que devia estar muito bom porque as frutas dessa região e prncipalmente do Chile são ótimas. Agora tire você sua conclusão se foi um presente de mau gosto ou não, eu consegui tirar uma foto do senhor chileno de camiseta laranjada vindo a meu encontro para me presentear, veja na foto ele atravessando a rodovia na aduana chilena com o lindo melão em mãos.

Na realidade a intenção dele foi a melhor possível, nós tínhamos consciência de que iríamos perde-lo na aduana mas como não foi possível comer nesse meio tempo, arriscamos e não deu outra, a SENASA pediu para que eu o descartasse dentro da lixeira que tinha ao lado, por sinal abarrotada de alimentos proibidos neste trâmite.

O pico nevado ao fundos é o mais alto do mundo fora o Himalaia, Pico Aconcágua com quase 7,0 km de altura, nevado de verão a inverno, imagine essa é a altura que passam os aviões quando voce encherga lá no alto pequenininho.

Por aqui já é obrigatório por Lei o uso de cadenas (correntes) junto aos pneus. Isso no caso de neve na pista, como passamos no verão a neve nestes arredores se limita apenas aos cumes da Cordilhera. Mesmo no verão forte como no caso do mês de janeiro você encontra neve, mas raramente ela sobre a rodovia, então fique atento se vier pelo inverno, contabilize uma pequena despesa a mais na locação destes equipamentos.

De fato o Chile é muito bonito, mas estar de volta à República Argentina é uma sensação ímpar principalmente de segurança e tranquilidade que aflora nessa altura da rodovia, não sei porque.

Cultivo comum nos arredores de Mendoza. Por aqui existem várias vinículas mesmo ao longo da rodovia, caso nunca tenha visitado, vale apena voce escolher uma e conhecer.